Eu nasci em uma família em que o discurso científico e racional era mais forte do que a armadura do Iron Man.
Aprendi a pensar dessa forma. Apesar de a Faculdade de Psicologia parecer mística, com minhas colegas hippies vestidas de saias longas e acendendo incensos indianos, falando de energia e Reiki, as aulas eram sobre Ciências Humanas e Biológicas. Afinal, Psicologia é uma Ciência.
A minha vida científica foi andando e, lá pelos 35 anos, ela caiu em um buraco bem fundo. Estava difícil de sair. Entre várias coisas caóticas, uma em especial estava acabando com a minha saúde: minha menstruação não parava. Fui ao médico, tomei remédios. Nada resolvia. Isso durou semanas. Minha força se esvaia, dia após dia, como a bateria de um celular sem carga.
Então, fui chamada para um retiro nas Montanhas Secretas de Minas Gerais. Num lugar acima das nuvens, onde só se chega com um veículo com tração andando como uma tartaruga manca. Eu estava com pouca energia, pensei em não ir, afinal, era uma viagem longa e um tanto tortuosa, com pessoas que eu não conhecia. Mas, pela primeira vez na vida, eu ouvi a minha intuição. Fui.
Nesse cenário deslumbrante, onde os rios nasciam formando bacias nas pedras esculpidas no chão, conheci pessoas que se conectavam com a natureza e traziam mensagens muito claras de seres invisíveis. Eu achando tudo meio estranho e, ao mesmo tempo, mágico. Uma das mensagens veio para mim: você deve tomar banho em uma nascente, onde as pedras formavam úteros cheios de água límpida.
Ao nascer do sol, segui sozinha para esse lugar encantador. Pela segunda vez, ouvi a minha intuição e criei o meu ritual pessoal. Nessa noite, depois de 45 dias… o sangramento cessou. Como isso foi possível? Eu não sabia explicar logicamente. Era um mini milagre! Entendi, naquele momento, algo que eu trago até hoje: para sair do fundo do poço, é fundamental a conexão com a espiritualidade.